1 de junho de 2011

POROROCA: MARÉS DE RIOS

O fenômeno da Pororoca na região Amazônica, o qual o nome deriva do tupi "poro'roka", de "poro'rog", que significa estrondar, pode ser entendida simplesmente como uma onda de maré ou como se sugere maré de rio. Ou seja, é formado pela elevação súbita das águas junto à foz, provocada pelo encontro das marés ou de correntes contrárias, como se estas encontrassem um obstáculo que impedisse seu percurso natural. Quando ultrapassa esse obstáculo, as águas correm rio adentro com uma velocidade de 10 a 15 milhas por hora, subindo uma altura de 3 a 6 metros.


A onda ocorre também na foz dos rios Sena, na França (onde é chamada de mascaret), e Ganges, na Índia (conhecida como bore). Em nenhum lugar do mundo, no entanto, o fenômeno é tão intenso como no litoral do Amapá e do Pará, uma área influenciada pelas águas do maior rio do mundo, o Amazonas. O litoral amazônico, por outro lado, registra as maiores marés do país (na Ilha de Maracá, Amapá, já ocorreu uma elevação de 7 metros do nível do mar) e é constantemente açoitado por fortes ventos alísios ( que sopram de leste, no sentido mar-terra). Na conjunção desses fatores, quando o mar sobe, suas águas acabam invadindo o estuário de outros rios que desembocam na zona de influência do Amazonas (caso do Araguari), provocando uma colisão espetacular com a massa de água doce vinda na direção contrária. Essa elevação é devida a força gravitacional entre o Sol, a Terra e a Lua em determinadas fases que convenha-se explicar:

• A força gravitacional que age sobre a Terra é a causa do efeito das marés altas e baixas, principalmente nas luas nova e cheia, pois é neste período que os astros Terra, Lua e Sol estão alinhados, ou seja, a força gravitacional devido à Lua e ao Sol somam-se, no entanto nas luas minguante e crescente a posição do Sol e Lua formam um ângulo de noventa graus, prevalecendo assim a força devido a Lua, embora a atração do Sol (maré solar) minimize a maré lunar com pouca intensidade. Tal fenômeno faz com que as águas dos oceanos de todo planeta “subam” devido à atração gravitacional da lua.

• A onda formada pelas marés é mais alta próxima a Lua, devido à atração, isso faz com que as águas nos pólos baixem para convergir no ponto próximo a Lua, porém ,no lado oposto da Terra, a inércia excede, em módulo, a força devido a Lua, conforme princípio da ação-reação proposto por Newton, causando assim a mesma elevação nas águas nesse lado oposto, o que isso quer dizer? Que, devido à lei de ação e reação da terceira lei de Newton (além da força centrifuga), a maré ira subir do outro lado da terra tanto quando sobe no lado que está próximo a da lua. A Terra não pode se mover em direção a esta força, mas fluidos como o ar atmosférico e águas o fazem, no entanto não percebemos, exceto por observadores que estão na costa.

Figura -1 Alinanhamento e Quadratura terra-Lua-Sol

Com isso podemos dizer que as maiores pororocas, assim, estão associadas ás maiores marés, que por sua vez dependem da posição da Lua. Quando o mar, a  Terra e a Lua estão alinhados, nas luas cheia e nova, ocorrem as  marés de siziga, ou marés lançantes, as grandes elevações do mar que provoca a onda. Em tese, porém, há pororoca todos os dias, a cada 12 horas (o período de uma maré), mesmo quando são baixas, caso das luas minguante e crescente. A onda ganha forma ao se afunilar no leito de alguns rios ou em "furos", nome dado ás passagens entre ilhas. Diferente do mar, a pororoca não é apenas a energia do vento transformada numa onda. Carregando a força de uma maré, ela é como um degrau de água - quando passa, o nível do rio sobe. Para os surfistas, a onda mais longa do mundo é um sonho. "Ela é a guerra das águas", definiu o Catarinense Guga Arruda, que desafiou o Araguaia em 1997.


PEDRO HENRIQUE DOS SANTOS FEGUEREDO- Aluno de Física-UNIR

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